quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Loucos! Lááááá!



Nos dias 02 e 03 de agosto de 2008, o Grupo de Jovens Artistas Arte na Ruína, convidados pelo SEBRAE, apoiados pelo Instituto Chico Mendes, fez uma maratona de apresentações no espaço intitulado ‘Caminho de Chico Mendes’, na ExpoAcre 2008. Vestindo um figurino de tecido de “sacos”, e tendo velas que simbolizavam bem mais que uma luz no caminho obscuro da vida e da arte, mostraram no espetáculo “O Ensaio Surreal do Grito Sufocado” que se pode ir além. Os anseios, questionamentos, lutas e sonhos traziam a apresentação ora musical, ora performática, pirofágica, ora dramática, um ar mágico, surreal mesmo.


Não por acaso eu (Clenes Alves novamente a vos falar) estava lá, naquele palco que se assemelhava, para nossa alegria, a uma oca de índios Chapurys, toda em palha, bem mais próxima da casa de Chico Mendes – também fizeram uma réplica ao lado do nosso espaço – e tive a sensação de ser louco.


Louco? Podem perguntar, eu deixo. É, louco... loucos na verdade! Porque ousamos acreditar na arte sem barreiras. Porque sonhamos mas não cruzamos os braços. Loucos por estarmos desde o nascimento “predestinados a ser todos ruins” – sem querer plagiar Chico Buarque –. Loucos porque não tem como assistir (neste caso ‘fazer’) Arte na Ruína (ou da Ruína, já que levamos o nosso devaneio para além dos destroços da nossa cadeia abandonada de Xapuri) e não ser completamente doido.


Recordo que em um determinado momento – justamente na parte em que interpretamos os loucos – senti uma vontade sobre-humana de olhar para meus colegas-amigos... pois é. Quando os vi pensei (quaaaase exclamei): “são todos com-ple-ta-men-te loucos”. Só não sabia que alguém registraria em foto exatamente o que contemplei... e Pietra Dolamita, em meio à anormalidade da vida, assim o fez (olhem novamente a foto e digam se não tenho razão).

Me lembrei das palavras de Carlos Castaneda, nA Erva do Diabo: "Não importa qual seja nosso destino específico, desde que o enfrentemos com o máximo de abandono..." e senti que fazíamos exatamente isso. Poderíamos continuar com nossas vidinhas pacatas, simples, dando continuidade ao conhecido ciclo nascer, crescer, reproduzir, morrer. Mas acreditamos que poderíamos, abandonando o nosso previsível caminho, acrescentar mais um ponto a esse ciclo: fazer arte. Agora digam se isso não é loucura? Loucura porque “não é fácil, é estranho” (e lá se vai mais uma citação – vamos excluir daqui a palavra ‘plágio’ – dessa vez de Marisa Monte). E por isso somos loucos! – só pra não dizer que você que está lendo não fixou bem. (rs)


E você só viu isso? Podem perguntar. E a resposta é não. Eu vi frutos, vi gente, vi Dallyanna, vi fogo, vitória, passos, velas, gente de novo, não vi mais estresse, brigas, cansaço... vi também luta a continuar, legado de Chico Mendes, floresta... e poderia escrever mil outras coisas, mas acho que vou parar.


Só para fechar, contemple essa foto mais uma vez. Ela certamente lhe dirá ainda mais coisas que você pode fazer comentários que TODOS do Arte na Ruína irão adorar ler.


Por quê?


Porque somos todos loucos (e isso inclui você!)

2 comentários:

Thony Christian disse...

Loucos de Xapuri, alerta, avante!

Garotos que fazem arte e por isso são considerados loucos. Que absurdo!

Façam arte!

Thony

Daniela S. disse...

Oi Clenes.

Faço parte de um grupo chamado Teatro Poronga aqui de São Carlos/SP e faz tempo que estou tentando achar algum contato de alguém do Poronga daí pra fazer uma entrevista, mesmo que seja uma entrevista virtual, via e-mail, sei lá.
Queria muito conhecer o trabalho de vocês, conversar, trocar figurinhas.
Gostaria de saber também se alguém do Arte na Ruína ou do Grupo Poronga daí estará no próximo Fórum Social Mundial no Pará pra gente entrar em contato.
Um grande abraço, saúde e sucesso pra nós!