quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Ministério da Cultura anuncia prêmio de R$ 6 milhões para promover o Hip-Hop

Comemorando 50 anos desde sua origem nos Estados Unidos, o Hip-Hop é uma parte importante da cultura brasileira há quatro décadas. Reconhecendo o impacto desse movimento, o Ministério da Cultura (MinC) realizou uma emocionante cerimônia de lançamento do Edital Prêmio Cultura Viva Construção Nacional do Hip-Hop 2023. O evento aconteceu no Campus Universitário Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB) no Beijódromo, e contou com a parceria da Diretoria de Promoção da Diversidade do MinC, do Ministério da Igualdade Racial (MIR) e da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Um total de R$ 6 milhões será investido, apoiando 325 iniciativas culturais ligadas ao Hip-Hop.

A chefe da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância deste edital em um momento em que o Ministério da Cultura busca promover a cultura de maneira mais inclusiva e descentralizada. Ela enfatizou o desejo de levar a cultura a todos os cantos, especialmente onde mais é necessário.

Márcio Tavares, secretário-Executivo do MinC, salientou o objetivo da descentralização cultural como um passo importante para combater desigualdades históricas e transformar o Brasil. Ele enfatizou que o MinC é uma ferramenta para construir uma nação verdadeiramente inclusiva, indo contra a ideia de que o Brasil pertence a poucos. Há 50 anos, o Hip-Hop desafia essa noção, mostrando que o Brasil pertence a todos.

A iniciativa visa implementar a Política Nacional Cultura Viva (PNCV), com foco na valorização dos agentes culturais que promovem a diversidade cultural e expressões culturais do Hip-Hop no Brasil. Além disso, busca expandir a rede de agentes do Cultura Viva e dos Pontos de Cultura em diferentes territórios e temas.

Serão premiadas ações que promovam a criação, produção e circulação de obras, atividades e produtos relacionados ao Hip-Hop, abrangendo desde projetos musicais até pesquisas e atividades educacionais. A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, destacou o papel social e cultural do Hip-Hop, nascido nas periferias, como um movimento que desafia as elites e promove a inclusão.

As 325 iniciativas culturais do Hip-Hop serão divididas em três categorias, com prêmios em dinheiro: para pessoas físicas, grupos/coletivos/crews e instituições privadas sem fins lucrativos de natureza cultural. O valor das premiações varia de R$ 15 mil a R$ 30 mil.

O rapper Zuruka, facilitador-geral da Construção Nacional Hip-Hop, ressaltou o poder da cultura na luta contra a violência nas comunidades. Ele testemunhou a evolução do movimento ao longo de décadas e a importância de utilizar a cultura como uma ferramenta de mudança positiva.

O evento culminou com a assinatura do Projeto de Lei do Hip-Hop, que visa instituir a Semana e o Dia Nacional do Hip-Hop, um marco significativo para o movimento. O apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, da Universidade de Brasília (UnB) e do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF) tornou a cerimônia um sucesso.

O lançamento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo representantes dos ministérios envolvidos, líderes do movimento Hip-Hop e figuras importantes da cultura brasileira. O evento marcou um passo significativo para reconhecer e valorizar o Hip-Hop no Brasil e promover a inclusão cultural em todo o país. 

Confira o edital clicando aqui.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Arte no Parque em Montes Claros/MG

O Parque Municipal Milton Prates (Montes Claros/MG) se tornou um local encantador nos últimos dias com a realização do projeto "História no Parque", que inclui contação de histórias e uma apresentação teatral especial pelo Grupo de Literatura "Montes Claros na Trilha da Leitura." Eles estão encenando a peça "João, Maria e as Caixas Mágicas" de segunda a sexta-feira, com duas sessões diárias, pela duração de todo o mês de outubro.

Este projeto é parte do tema "Literatura e Ambiente: a arte de recriar prosa e verso," que está sendo desenvolvido pelo Trilha da Leitura neste semestre, como parte das atividades do Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros.

Outra atração, o público também tem a oportunidade de desfrutar do espetáculo "Contos e Recontos da Amazônia," apresentado pelo Grupo de Teatro e contação de Histórias do mesmo nome, composto por Cley Almeida, Michele Teles, Ed Santana, Danny Araújo e Quenede Amorim (diretor do Grupo). Este grupo, originário de Parintins/AM, está trazendo a sua arte para Montes Claros como parte deste projeto especial, sendo convidados a apresentar.

A coordenadora do Trilha da Leitura, professora Ellen Santa Rosa, enfatiza que o "História no Parque" é uma das atividades planejadas para estimular a leitura literária em toda a cidade. O evento ocorre durante duas semanas, de 16 a 27 de outubro, como parte da celebração do Mês da Criança. Durante este período, as escolas buscam proporcionar experiências únicas para os estudantes, ao mesmo tempo em que se concentram no tema do semestre, em um ambiente que combina diversão e aprendizado de maneira lúdica, contando ainda com participações especiais de grupos e coletivos culturais de 3 estados - Acre, Amazonas e Minas Gerais.

Duas vezes ao dia, centenas de crianças das escolas municipais assistem atentamente à adaptação do clássico conto "João e Maria." A proposta do projeto é recriar a narrativa, incorporando o tema "João, Maria e as caixas mágicas." Isso visa ensinar às crianças que as caixas que seriam descartadas e poluiriam o meio ambiente podem ser reutilizadas e transformadas em brinquedos, impulsionadas pela magia criativa que habita cada criança. Isso não só melhora o ambiente externo, mas também nutre o mundo interior de cada um.

A coordenadora enfatiza que o projeto convida as escolas, professores, alunos e pais a explorarem, através do teatro, a habilidade de transformar o lixo, alinhando-se com o tema da Educação Infantil, que é "Reciclagem aos Montes: eu cuido, e você?" Sempre com o foco na preservação e proteção do meio ambiente.

O Parque Municipal Milton Prates foi escolhido como local sede do projeto devido às suas muitas atrações para as crianças. Além de ser um lugar agradável, é perfeito para atividades em dias quentes. Após reformas recentes, o parque agora está ainda mais bonito, seguro, organizado e pronto para receber as crianças.

Até o dia 27 de outubro, cerca de 500 alunos do sistema municipal, divididos em grupos de acordo com o turno escolar, desfrutam das aventuras de João e Maria no parque. Eles brincam, lancham e retornam às suas escolas, via ônibus do Transporte Escolar, com monitores e professores garantindo segurança e conforto.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Quintais Literários: um dia de magia para as crianças de Xapuri

No Dia das Crianças deste ano, o grupo "Quintais Literários" proporcionou uma experiência única e inesquecível para as crianças de Xapuri. Em um cenário encantado, no quintal de Natany Vitória e Clenes e seus artistas, a alegria da leitura e das histórias tomou conta.

Com música, contação de histórias e muito mais, as crianças se divertiram e aprenderam de uma maneira especial. O projeto "Quintais Literários" tem como objetivo promover o acesso à leitura, incentivando a imaginação, o aprendizado e a consciência ambiental.

Neste Dia das Crianças, as atividades incluíram a leitura coletiva de contos, apresentações teatrais, músicas e a distribuição de livros, gibis e revistas. As crianças tiveram a oportunidade de se envolver em um mundo de histórias e personagens, bem como aprender sobre o ambiente que as cerca.

Os artistas e contadores de histórias do projeto interagiram de maneira lúdica e envolvente, envolvendo as crianças de forma ativa. Além disso, a iniciativa "Quintais Literários" destaca a rica cultura local, compartilhando histórias dos povos originários, seringueiros, castanheiros, ribeirinhos e soldados da borracha, contribuindo para a construção da identidade amazônica e acreana.


A alegria das crianças

Os olhos das crianças brilhavam de alegria ao ouvir as histórias, cantar as músicas e participar das atividades. Elas se divertiam e aprendiam ao mesmo tempo, em um ambiente seguro e acolhedor.

"Eu amei a história do caboclo que salvou a floresta", disse a pequena Maria, de 8 anos. "Eu nunca tinha ouvido falar sobre a cultura dos seringueiros, mas agora eu sei que eles são muito importantes para a nossa Amazônia", completou.


O legado de Chico Mendes

O grupo"Quintais Literários" (cuja a apresentação leva o mesmo nome do coletivo) é uma homenagem ao lendário ambientalista Chico Mendes, que lutou pela preservação da Amazônia. O projeto promove a conscientização ambiental entre as crianças, incentivando-as a cuidar do meio ambiente.

"Chico Mendes sempre dizia que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo", disse Natany Vitória Alves, atriz e atual diretora do projeto. "Acreditamos que a leitura é uma forma de educar as crianças para que elas possam construir um futuro melhor, destacando a nossa história, os contos dos povos da floresta e a cultura oral dos nossos parentes que moram no interior da mata e que muito contribuíram para a construção da nossa identidade", completou.


Um futuro mais brilhante

A grande apresentação no "Quintais Literários" neste Dia das Crianças demonstrou a importância da promoção da leitura e da cultura em nossa comunidade. Uma iniciativa que continua a cativar e inspirar jovens leitores, abrindo caminhos para um futuro mais brilhante e consciente.

Também destacou a importância de conhecer nossas raízes e tudo fica mais interessante quando transformamos toda a nossa cultura no fazer artístico e valorização da nossa gente através dos artistas do Grupo Quintais Literários.


Se você perdeu, não se preocupe, todo final de semana tem ações no Quintais Literários, na Rua Petrônio Rodrigues, 574, Bairro Pantanal, em Xapuri. E se também quiser levar para o seu quintal, é só conversar com os artistas.


*Foto: Acervo Quintais Literários.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Notícia Boa: Ministério da Cultura Anuncia Investimento de R$ 24 Milhões na Região Norte por meio da Lei Rouanet

No esforço de descentralizar os recursos destinados às produções culturais pelo país, o Ministério da Cultura (MinC) revelou, em uma coletiva realizada no Teatro Municipal de Boa Vista (RR) na última quinta-feira (31), seu plano de lançar o Edital Cultura Norte. Este edital destinará um investimento de R$ 24 milhões, empregando a Lei de Incentivo à Cultura, a famosa Lei Rouanet, para promover ações culturais e artísticas que se desdobrarão no próximo ano.

A iniciativa vem na esteira de um termo de cooperação técnica assinado entre o MinC, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), o Banco da Amazônia (Basa), o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF). Esse acordo foi celebrado durante um evento itinerante promovido pela Secom.

A ministra Margareth Menezes, em seu discurso, enfatizou o compromisso do Ministério da Cultura e do Governo Federal em descentralizar e democratizar o acesso às políticas públicas culturais. "Estamos realizando uma grande ação em prol da cultura, começando pela região norte, uma iniciativa inédita que se alinha com nossos objetivos", declarou a ministra.

Menezes também expressou o desejo de expandir essa iniciativa para as regiões nordeste e centro-oeste, historicamente desfavorecidas em termos de recursos culturais.

De acordo com Henilton Menezes, secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural do MinC, o edital está sendo meticulosamente elaborado, seguindo as normas de cada uma das quatro estatais envolvidas, e deve ser lançado até o dia 30 de setembro. Cada instituição contribuirá com R$ 6 milhões para apoiar projetos culturais nos estados.

Este é o primeiro investimento desse porte a ser direcionado para artistas da região que engloba o Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá e Tocantins. Conforme Henilton, isso representa uma oportunidade significativa para os agentes culturais da região. Ele ressaltou que este é um marco importante, com o potencial de transformar a realidade cultural da região norte, reconhecendo sua importância à altura das demais regiões do país.

Descentralização é a palavra-chave desse empreendimento. Segundo Henilton Menezes, o decreto de fomento à cultura assinado em março pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu portas para a atuação do MinC junto aos patrocinadores da Rouanet, através de editais públicos. Isso permite que o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) seja gerenciado para que as ações se expandam por todo o país e os recursos sejam equitativamente distribuídos entre as diversas regiões.

Cleberson Luiz Marcon, gerente de Projeto do Departamento de Mídia e Patrocínio da Secom, destacou que este termo de cooperação representa um retorno à política pública de patrocínio descentralizada e democratizada, conforme a orientação do presidente Lula e do ministro Paulo Pimenta. Isso marca um passo significativo em direção à descentralização e democratização das políticas públicas federais em todas as regiões do Brasil.

Além disso, o termo de cooperação estabelece cotas para garantir que todos os estados sejam beneficiados de forma igualitária. Isso garante que cada estado receberá, no mínimo, R$2.5 milhões, divididos entre projetos culturais abrangendo seis diferentes linguagens artísticas: teatro, dança, circo, música, literatura e artes visuais. Dessa forma, evita-se uma concentração excessiva de recursos em um único estado, como ocorreu anteriormente, como observou Henilton Menezes.

O evento contou com a participação de representantes das quatro estatais, do secretário de Cultura de Roraima, Jafer Oliveira, do reitor da Universidade Federal de Roraima, José Geraldo Ticianelli, e do superintendente do Iphan de Roraima, Francisco Alves. Essa iniciativa demonstra um compromisso notável em promover a cultura e as artes na região norte, abrindo novas perspectivas para artistas e criativos locais.

Vem coisa boa por aí, pessoal!

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Atriz e Criadora das Técnicas de Teatro Surdo Promove Inclusão em Parauapebas, no Pará

O município de Parauapebas, no Pará, no coração da Amazônia, tornou-se o palco de uma iniciativa única e inclusiva, que está quebrando barreiras e promovendo a rica cultura surda e das populações amazônicas. A atriz e criadora das técnicas do teatro surdo, que tem desbravado caminhos no universo teatral desde 2014, está agora dedicando seu talento e conhecimento para compartilhar as maravilhas do teatro surdo e da linguagem de libras com a comunidade local.


Valorizando a Cultura e Fortalecendo a Identidade Surda

O teatro surdo é uma forma de arte que valoriza a cultura surda e dos povos das florestas amazônicas. Esta iniciativa é uma ferramenta importante para a preservação da cultura e história desses povos, uma vez que permite a transmissão de conhecimentos tradicionais e histórias de forma acessível às pessoas surdas.

Segundo a atriz, o teatro surdo é uma maneira única de conectar as pessoas à rica herança cultural da região e de quebrar barreiras entre as comunidades surdas e ouvintes. "O teatro surdo promove a inclusão, permitindo que pessoas de todas as origens e capacidades se comuniquem e compartilhem suas experiências. Isso é fundamental para unir as comunidades e fortalecer a identidade", disse a atriz.


Inserção da Linguagem de Libras: Um Maravilhoso Catalisador de Inclusão

A inserção da linguagem de libras ao longo dos anos tem sido um dos pilares do trabalho da atriz, que acredita que a comunicação é a chave para a inclusão. O uso da linguagem de sinais torna o teatro surdo acessível a todos, proporcionando uma experiência enriquecedora tanto para surdos quanto para ouvintes.

As oficinas ministradas pela atriz no município de Parauapebas são direcionadas para surdos, ensurdecidos, comunidade escolar e a comunidade em geral. Através delas, os participantes têm a oportunidade de explorar o mundo mágico do teatro surdo e, ao mesmo tempo, aprender a linguagem de libras. Essa combinação única de ensino proporciona um ambiente onde a inclusão e a compreensão mútua florescem.


Uma Jornada de Transformação Cultural

A jornada da atriz começou no Acre em 2014, quando ela decidiu usar seu talento no teatro para trazer à tona a cultura surda e promover a inclusão. Desde então, seu trabalho tem impactado positivamente a vida de muitas pessoas, aproximando comunidades e preservando a cultura local.

Parauapebas, um município conhecido por sua diversidade cultural e riqueza natural, é o local perfeito para abraçar o teatro surdo. Com a iniciativa da atriz, a comunidade tem a oportunidade de celebrar sua herança cultural e ao mesmo tempo se unir em um esforço conjunto para promover a inclusão.


Inscrições Abertas: Uma Oportunidade Única

As oficinas de teatro surdo ministradas pela atriz estão com inscrições abertas e são abertas a todos que desejam explorar esse mundo fascinante. É uma chance imperdível de aprender sobre a cultura surda e da Amazônia, ao mesmo tempo em que se envolve em uma experiência teatral única e inclusiva.

Para se inscrever ou obter mais informações sobre as oficinas de teatro surdo em Parauapebas, basta entrar em contato com a a artista através do e-mail: sinaiselivros@gmail.com.

Em um mundo onde a inclusão e a celebração da diversidade cultural são essenciais, a iniciativa da atriz é uma inspiração, mostrando que o teatro surdo é uma ferramenta poderosa para unir as comunidades e fortalecer a identidade cultural, especialmente na região amazônica.

*Foto: Acervo Pessoal de Cliciane Costa.

sábado, 15 de julho de 2023

Contos & Recontos da Amazônia: Uma Jornada Artística e Cultural

Em 2013, o ator e contador de histórias, Quenede Braga de Amorim, também conhecido como Quenede Amorim, iniciou uma incrível exploração nos seringais tradicionais de Xapuri, sua terra natal, no Estado do Acre. Durante a Semana em homenagem ao lendário ambientalista Chico Mendes, realizada em dezembro de 2013, Quenede começou a compartilhar seu trabalho artístico por meio de apresentações que encantaram o público e o impulsionaram a seguir com sua missão.

Desde então, Quenede tem percorrido várias cidades entre os estados do Acre e Amazonas, conquistando a aprovação de dois importantes projetos: o Edital Descentrarte da Funarte em 2019 e o Edital de Arte e Patrimônio da Fundação Elias Mansour em 2021.

Hoje, o projeto, denominado "Contos & Recontos da Amazônia," mergulha profundamente nas riquezas das histórias e tradições das comunidades rurais da Amazônia, incluindo índios, seringueiros, castanheiros, ribeirinhos e os experientes habitantes dos seringais. O projeto oferece apresentações de contação de histórias com teatro de formas animadas, bem como oficinas, cursos e rodas de conversa com o propósito de inspirar e capacitar futuros formadores, que poderão replicar a riqueza da cultura oral dos povos da floresta e a arte deste artista amazônico.

Quenede Amorim dedicou-se intensamente a coletar as histórias de luta, vida e lendas dessas comunidades, transformando essas narrativas em contos e recontos que celebram a riqueza cultural e o folclore das terras amazônicas. Apesar dos recursos financeiros limitados, ele procura apoiadores para o projeto e continua sua jornada de pesquisa e trabalho artístico. Embora tenha começado como parte de grupos de artistas, hoje ele trilha esse caminho sozinho, sendo um exemplo do comprometimento com a tradição dos povos da floresta e com a preservação da cultura amazônica.

*Imagem: Contação de Histórias - Acervo de Quenede Amorim.

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Resgatando o Passado e Conectando Culturas: O Projeto "Griot Nawas" de Rodrigo Garcia

Em um mundo cada vez mais conectado, onde as histórias culturais e tradições podem estar à distância de um clique, um projeto excepcional está sendo conduzido por um apaixonado pesquisador e contador de histórias, o acreano Rodrigo Garcia, conhecido como "Griot Nawas" (que hoje mora em Pimenta Bueno, Rondônia) tem como objetivo resgatar e compartilhar as ricas histórias da Amazônia e do Acre, conectando culturas e fornecendo um valioso acesso à história para o mundo todo, nascendo em janeiro de 2012.

Rodrigo Garcia, ou "Griot Nawas", é um entusiasta e estudioso das tradições culturais da região amazônica. Embora resida em Pimenta Bueno, em Rondônia, sua dedicação o leva regularmente a percorrer os estados do Acre, Amazonas e Rondônia em busca de histórias, conhecimento e sabedoria transmitidos ao longo das gerações.

O termo "Griot", originalmente utilizado na cultura africana, descreve aqueles que têm a nobre missão de preservar e transmitir as histórias, canções, conhecimentos e mitos de seu povo. Rodrigo Garcia, inspirado por esse conceito, se autodenomina um "Griot da Amazônia". Sua missão é semelhante à dos Griots africanos, mas focada nas ricas tradições da Amazônia, conectando-se assim com as culturas indígenas da região.

O Projeto "Griot Nawas" é uma continuação do trabalho de pesquisa e disponibilização de resultados do resgate histórico dos povos da floresta e dos indígenas do Acre, Amazonas e Rondônia. Rodrigo não apenas busca resgatar histórias esquecidas, mas também compartilhá-las com o mundo, aproveitando as vantagens da era digital.

Uma parte essencial deste projeto são as apresentações de contação de histórias, onde as histórias e conhecimentos recolhidos por Rodrigo são disponibilizados para um público de escolas e outras instituições. Esse projeto tinha antes um site, que se tornou uma ferramenta valiosa para estudantes, pesquisadores e entusiastas da cultura amazônica que desejam explorar essa rica herança, mas infelizmente o artista e pesquisador não teve mais condições de manter e tenta reativar - inclusive busca parceiros.

No entanto, o trabalho de Rodrigo não se limita apenas à publicação online. Ele também ministra palestras, cursos, oficinas e workshops, compartilhando seu conhecimento e inspirando outros a se envolverem na preservação da cultura amazônica. Sua paixão é evidente em cada interação e apresentação, e ele se esforça para criar uma ponte entre as tradições culturais locais e o público em geral.

A pesquisa de Rodrigo abrange não apenas a história, mas também a etnografia e a cultura viva das comunidades da Amazônia. Sua abordagem inclusiva e respeitosa, combinada com sua missão de conectar as histórias de diferentes culturas, torna seu trabalho não apenas valioso, mas também inspirador.

Griot Nawas é um exemplo inspirador de como um indivíduo apaixonado pode fazer a diferença na preservação e disseminação da cultura e história de uma região. A dedicação de Rodrigo Garcia, ou "Griot Nawas", serve como um farol, iluminando as tradições e histórias da Amazônia e conectando culturas de todo o mundo.

O projeto foi aprovado no Edital Descentrarte, da Fundação Nacional de Artes (Funarte) em 2019, mas desde então não conseguiu outros apoios.

Uma história viva dos povos amazônicos chamado Griot Nawas.


*A imagem é do acervo de Rodrigo Garcia.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Griot Nawas: Um espetáculo para celebrar a cultura e a história dos povos originários


Hoje, dia 20 de janeiro de 2023, estreia o espetáculo Griot Nawas, realizado pelo Grupo Griot Nawas, em Pimenta Bueno/RO. O espetáculo é resultado de um processo de pesquisa realizado pelo diretor e criador do grupo, Rodrigo Garcia, que faz um trabalho de resgate da história e das tradições dos povos originários do Acre, Amazonas e Rondônia.

"O espetáculo mistura teatro, contação de histórias indígenas, além de muita dança e música, tudo resultado do processo de pesquisa que fazemos com os povos originários da região", afirma Rodrigo, diretor empolgado do Grupo.

O espetáculo conta com a atuação de 5 atores: Rodrigo Garcia, Angelina Amaro, Wirla Oliveira, Maylane Mercês e Fernando Alves. O grupo é conhecido na região pelo trabalho e empenho junto aos povos das florestas amazônicas.

"Este espetáculo é muito especial para nós", diz Angelina Amaro, uma das atrizes do grupo. "É uma oportunidade de compartilhar com o público a riqueza da cultura e da história dos povos originários da Amazônia."

O espetáculo ainda aborda temas como meio ambiente, cultura dos povos tradicionais, cultura, tradição oral, dança e música indígena. A entrada é franca e será apresentado às 18h, na Casa de Leitura do Grupo.


Um grito de resistência

O espetáculo Griot Nawas é mais do que um simples entretenimento. É um grito de resistência dos povos originários da Amazônia. É uma forma de mostrar ao mundo que essas culturas ainda estão vivas e vibrantes.

Em um momento em que a Amazônia é cada vez mais ameaçada pela destruição ambiental e pelo avanço do agronegócio, o espetáculo é um importante lembrete da importância da preservação da cultura e da história dos povos originários.

"Este espetáculo é uma forma de mostrar que os povos originários da Amazônia não são apenas vítimas da destruição ambiental", diz Rodrigo Garcia. "Eles são também protagonistas de sua própria história."

O espetáculo Griot Nawas é uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a rica cultura e a história dos povos originários da Amazônia. É uma experiência que ficará na memória de todos que o assistirem.

Não perca!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Empates: Espetáculo da Cia Kawsay, de Araguatins

A Companhia de Dança e Arte Tradicional Kawsay, fundada em 15 de junho de 2018, emerge como uma teia criativa entrelaçando concepções artísticas, estéticas, culturais, patrimoniais e sociais. Seu principal propósito reside na valorização, divulgação e defesa da dança, encenação e música de projeção popular, bem como na expressão folclórica e nas visualidades da cultura amazônica, especialmente em Tocantins. Estes elementos, presentes em diversos contextos, são fundamentais para a formação identitária de seus espetáculos e para o enriquecimento artístico e cultural de seus integrantes.

Esta coletividade artística se considera um conjunto de talentos que, nos palcos, apresenta coreografias e músicas contemporâneas e tradicionais, celebrando e difundindo patrimônios imateriais intimamente conectados com os saberes amazônicos locais da cidade de Araguatins e do estado do Tocantins, assim como de outras regiões do Brasil. As manifestações artísticas de inspiração tradicional e contemporânea são abordadas nas temáticas cuidadosamente estudadas e exploradas pela Cia. Kawsay.

O mais recente espetáculo, intitulado "Empate," estreou nos palcos de Araguatins em 08 de janeiro de 2023. Esta obra destaca-se por incorporar elementos da riqueza cultural dos povos das florestas, centrando-se na narrativa da luta dos moradores das matas. Estes indivíduos, valendo-se de seus próprios corpos, enfrentaram fazendeiros fortemente armados para impedir o desmatamento. O coro ecoava nas apresentações: "Vamos empatar! Vamos Empatar!".

No palco, as artistas  (Evelly Souza, Gleice Kelly, Jordana Silva e direção e sonoplastia de Gilglei Souza) encenam "Empate", uma produção que transcende as fronteiras do ordinário. Este espetáculo oferece uma experiência única, envolvendo o público numa narrativa envolvente que destaca a coragem e determinação daqueles que, por meio da dança e da arte, resistiram em defesa das florestas. É, sem dúvida, uma obra que vale a pena ser testemunhada, um tributo apaixonado à riqueza e resistência das comunidades amazônicas.

As apresentações continuam uma vez a cada 15 dias no auditório da Biblioteca Mangangá.